Minimalismo

Vamos falar brevemente sobre o minimalismo.

Por muito tempo acreditei que ser minimalista significava ter somente uma coisa de cada categoria: um livro, um tênis, uma camiseta preta, um acessório e seguindo essa linha eu poderia dar exemplos até amanhã. Era um estilo de vida que não fazia parte da minha bolha, e um assunto que nunca me interessei – até que, praticamente da noite pro dia, por pura necessidade, precisei praticar o desapego e me tornar minimalista. (Futuramente vou escrever com mais detalhes sobre esse processo, mas já adianto que não foi simples e muito menos fácil)

Já faz mais de um ano que, aos poucos, comecei a desconstruir, entender e gostar do minimalismo. A enxergá-lo como algo benéfico e não como um problema. A observar mudanças positivas e significativas no meu dia a dia e a entender com mais clareza o que eu realmente gosto. E é por isso que hoje, quero dividir aqui o que eu acredito melhor explicar esse estilo de vida e o que torna uma pessoa minimalista.

O minimalista tem o mínimo de coisas e itens necessários para viver. Para ele, não existe a possibilidade de manter coisas que ele não gosta, não usa e não precisa.

Sabe aquela ideia do menos é mais? Então, é praticamente isso, só que aplicado a diversas áreas da vida.

Viver com o mínimo não significa necessariamente viver com pouco ou com falta de alguma coisa.  Significa manter aquilo que faz sentido, que é útil e minimamente indispensável, levando em conta fatores importantes como onde e com o que trabalhamos, onde moramos, com quem convivemos, o que fazemos com o nosso tempo livre, o que estamos dispostos a abrir mão e até a nossa renda.

Quando escolhemos o minimalismo, começamos a nos questionar – e muito – sobre nossos valores e o que queremos da nossa vida, e não é porque a gente não sabe – mas porque começamos a perceber que o que é realmente importante pode ter sido substituído por coisas sem muito significado. Não é simplesmente – e nem é esse o objetivo – abrir uma caixa (ou várias) e jogar dentro todos os nossos pertences, mas sim refletir e identificar o que já não cabe mais na nossa vida – e que não faz sentido manter.

Desapegamos de tudo aquilo que não faz sentido ocupar espaço: a compra desnecessária do 50% off, roupas que estão grandes, pequenas, ou que não usamos nos últimos três anos, os presentes que ganhamos e que não combinam nada conosco, perfumes, maquiagens e cremes que estão esquecidos lá no fundo do armário do banheiro, as revistas de 2003 que já estão todas cortadas, aquela caixa de armazenar bolo (ou qualquer outro item de cozinha – tipo aqueles talheres de prata que vem numa caixa gigante) que você ganhou no seu casamento – mas nunca usou pois está esperando uma oportunidade especial.

Tudo aquilo que o nosso eu interior acredita “vou usar  ou posso precisar um dia” vai embora, porque assim abrimos espaço para coisas novas, diferentes e que realmente tenham uso.

Saindo do âmbito material, o minimalista aprende a dizer “não” para coisas que ele não gosta e não quer fazer – abrindo espaço na sua agenda, que seria preenchido por aqueles eventos sem sentido algum, para momentos com pessoas queridas, trabalhos importantes e atividades significativas para ele e com seus próximos.

É um longo processo de autoconhecimento, que proporciona a quem escolhe esse estilo de vida mais clareza do significado de querer e precisar,  separar o que é realmente importante, essencial e indispensável e o que pode ser deixado em segundo plano e acima de tudo, é um processo que nos mostra como podemos e conseguimos viver com menos.

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