Vida

Para todas as mulheres. E alguns homens.

Eu realmente não consigo entender como podemos amar e parabenizar as pessoas em um dia específico e nos demais fazer um esforço para ferir e machucar o outro. Esse texto não é sobre o dia internacional da mulher, mas sim, sobre o que fazemos nos outros 364 dias do ano.

Não quero desmerecer a data ou sugerir que ela não tem importância. Acredito sim, que ter um momento para falarmos sobre o assunto é extremamente importante e necessário, levando em conta tudo que nós, mulheres, já enfrentamos e temos que enfrentar todo santo dia.

O que eu não acredito, são as ações vazias, os textos e posts que só visam engajamento e segundas intenções. Não acredito no que não é de verdade. Em pedidos de desculpas da boca pra fora.  

Sendo bem sincera, como mulher eu já estendi a mão para muitas mulheres, mas também já briguei com várias outras por causa de homem – por conta daquele carinha que ficava comigo e beijou outras numa festa na minha frente –  porque era impossível escolher uma só. 

Já escutei comentários sobre mim e amigas minhas, totalmente sem coerência, que passaram de qualquer limite aceitável, assim como, já fui muito julgada por não “entrar na brincadeira” ou “levar na esportiva” as piadas e comentários extremamente machistas de chefes, colegas de trabalho e até de professores. 

Os homens que me desculpem.. mas eles não sabem 5% do que é ser uma mulher.

O medo de andar na rua sozinha em plena luz do dia. As inseguranças com o nosso corpo. A dúvida sobre com que roupa ir e se não vai existir uma interpretação errada das nossas “intenções” por conta do nosso decote ou do comprimento da nossa saia. O não ser levada tão a sério no trabalho e ser obrigada a responder se e quando queremos ter filhos durante entrevistas de emprego. 

Infelizmente ainda falta muito para que a gente prove a real sensação de segurança e liberdade. 

O meu desejo para esse momento é que, algum dia, a gente pare de se comparar umas com as outras. Que a gente pare de magoar e ofender outras mulheres, especialmente por causa de homem. Que a gente consiga o nosso espaço no mercado de trabalho e que os homens tenham as mesmas obrigações quando falamos de atividades domésticas e criação dos filhos. Que ter filhos ou não, pare de ser um fator decisivo no momento das nossas contratações e que as empresas ofereçam o mesmo salário para homens e mulheres que desempenham as mesmas funções. 

Que a gente nunca não duvide da nossa capacidade. Que nossas vontades, opiniões e sonhos sejam validados e entendidos por aqueles que nos cercam e que a gente nunca perca a nossa individualidade e nossa essência – que é o que temos de mais bonito.

Que o reconhecimento por sermos quem somos seja sincero nos 364 dias que não falamos sobre isso – mas deveríamos. 

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