Relacionamentos

4 possíveis principais hábitos de relacionamentos saudáveis – que ninguém nunca nos contou

Aproveitando o mood da semana mais apaixonada do ano (segundo fontes confiáveis), decidi trazer o tema relacionamentos por diferentes – e interessantes (ou não) – perspectivas.

Existe uma lista de coisas que eu gostaria profundamente de não ter vivido. Não são coisas que eu necessariamente me arrependo de ter feito – mas que toda vez que paro e penso nelas de forma mais sensata, meu único comentário se limita a: “puta merda, será que precisava de tudo isso mesmo?”.

Certo ou errado, bom ou ruim, existem acontecimentos na nossa vida que nos proporcionam certo grau de experiência e uma melhor visão sobre tudo – que se soubermos analisá-los e escolher, cautelosamente, nos baseando naquilo que já sabemos – podem ser considerados um grande freio de (mais) coisas erradas.

Nota importante: nem sempre aprendemos e às vezes parece que gostamos de cometer os erros do passado por mais 9086 vezes.

Seria bom se a gente soubesse né?! Se tivéssemos uma bola de cristal que nos mostrasse tudo antes de acontecer. Se percebêssemos a índole das pessoas que nos cercam. Já pensou que louco, se cada pessoa viesse acompanhada de um trailer resumindo 5 minutos da sua vida e das coisas que ela fez – será que se soubéssemos antes, entraríamos em tantas furadas assim?

Depois de viver um relacionamento tóxico e outros pequenos envolvimentos que também foram tóxicos (quando caímos na real, começamos lembrar de coisinhas que aconteceram lá no passado e… adivinha só?!) precisei ser muito cautelosa e criteriosa para me envolver novamente com alguém. Eu sabia quais eram as coisas que tinham saído muito erradas e conhecia diversos exemplos do que eu não queria, nunca mais, viver dentro de um relacionamento.

Depois de passar por toda essa merda, cheguei a conclusão que existem 4 hábitos que deixam os nossos relacionamentos mais saudáveis – e que ninguém nunca nos contou – porque pouco se fala sobre o que devemos esperar de um relacionamento saudável.

Tenho a impressão que se fizermos certas coisas desde o começo do começo (tipo desde as primeiras conversas) podemos evitar muita dor de cabeça.

Esses hábitos andam lado a lado com o amor. Quero dizer que: se não praticarmos essas 4 coisas diariamente, todo amor do mundo – não vai conseguir segurar a barra. Amor por si só, não é suficiente.

Honestidade

Tenho certeza que em algum momento da vida alguém nos falou que não poderíamos ser 100% honestos quando estamos conhecendo alguém porque contar sobre o que queremos e o que somos – pode fazer com que os outros fujam.

Lembro de todos os relacionamentos e envolvimentos que tive e que não fui honesta. Foram vários. Eu queria – por alguma razão (que ainda não descobri) – ficar com aqueles caras e fazia de tudo para caber o máximo possível nas expectativas deles. Eu omitia tudo que podia sobre mim – de gostos musicais aos meus hobbies. Me recordo que, se eu falasse algo que parecia desagradar, tentava arrumar aquilo ali – imediatamente.

Que merda né! Risos eternos.

Pra mim, a honestidade vem na frente de tudo.

“Não gosto de pagode. Tenho um problema pra falar. Quero ter 2 filhos e penso em ser mãe antes dos 30. Sonho em viver como nômade. Pra mim, conforto vem antes da beleza. Não tenho o hábito de ingerir bebidas alcoólicas porque não gosto. Tomo um drink todos os dias porque isso me faz bem. Sou feliz com o que trabalho e pretendo continuar com o que faço. Sou infeliz no meu trabalho e penso em procurar algo novo. Não sou fã de fazer atividades físicas. Gosto de sair todo fim de semana. Gosto de comer em determinado lugar. Sou uma pessoa mais caseira. Não sou muito de perfumes doces.” – e por aí vai.

Bato na tecla da honestidade porque gosto de partir do princípio que ao sermos honestos, estamos nos permitindo conhecer um pouco mais um ao outro. E é óbvio, às vezes vamos começar a conhecer uma pessoa e não vamos gostar do que vamos escutar. Não vamos nos identificar com os hobbies do outro, com a sua forma de ver a vida e vamos achar algumas coisas totalmente sem nexo. É aqui que entra a “beleza” de sermos honestos e falarmos um pouco mais sobre nós mesmos – sem querer caber na expectativa ou gostos do outro – pode ser que também não gostem de nós. Pode ser que, pro outro, nossos sonhos sejam insanos e que não temos uma visão de vida como “deveríamos ter”.

E tudo bem.

Uma hora ou outra seremos honestos com alguém que não vai levar um susto ao nos posicionarmos sobre assuntos mais sérios e que remetem ao futuro – com alguém que vai se identificar, de forma genuína, com quem somos e o que queremos.

Comunicação

Pra mim a comunicação é uma extensão da honestidade. Somos honestos para falar sobre o que queremos e quem somos, e nos comunicamos diariamente um com o outro para fazer isso acontecer da forma mais coerente e sensata possível.

É impossível concordarmos em tudo, mas é possível falarmos sobre isso e chegarmos a uma conclusão – mesmo que essa conclusão seja concordar em discordar.

Aos poucos vamos desenvolvendo intimidade e sabemos exatamente o que certos olhares e gestos querem dizer – mas não podemos utilizar isso como um pretexto para acreditarmos que o outro tem uma bola de cristal e sabe exatamente o que está se passando na nossa cabeça.

Precisamos falar.

Falar sobre o que gostamos e o que não gostamos. Alinhar as expectativas. Ter os nossos combinados.

Não é sobre poder falar sobre tudo – é sobre poder falar sobre as coisas certas – aquelas que são “óbvias” – que parecem simples (mas não são) e resolver o que deve ser resolvido.

Desenvolver maturidade e não fugir de conversas difíceis.

Respeito

Impossível falar de relacionamentos sem falar sobre o respeito. Respeito é a chave. Respeitar os limites do outro. Respeitar os nossos próprios limites.

Acho que uma das coisas mais difíceis de um relacionamento é entender que a partir do momento em que escolhemos dividir a vida com aquela pessoa – escolhemos trazer o combo completo.

Esse combo completo envolve: família, amigos, trabalho, hábitos, sonhos, dores mal resolvidas do passado, gostos peculiares.. todo o contexto do outro.

E gostando ou não desse combo, nós escolhemos essa pessoa. Podemos utilizar a honestidade para saber de algumas coisas desde o começo, a comunicação como um meio de encontrar equilíbrios e entender mais sobre o outro – mas não podemos perder o respeito por quem ele é e por quem ele ama. Não podemos desrespeitar a história de quem dizemos amar.

Respeito por quem somos, por quem amamos e pelos nossos sonhos – é o mínimo. Não podemos esperar menos do que isso da pessoa que está ao nosso lado.

Respeito pela escolha que fizemos em nos unir e construir uma vida juntos.

Quando acaba o respeito, acaba tudo.

Leveza

Considero a leveza como uma espécie do resultado da soma dos três hábitos anteriores. Levar um relacionamento como ele deveria ser. Sem loucura. Sem dramas por pequenas coisas e sem grandes coisas para se dramatizar. Sem gritaria. Sem apontar dedos. Sem falta de respeito. Sem falta de tolerância. Conhecendo o outro e o aceitando como ele é. Conversando sobre assuntos que precisam ser conversados. Deixando as coisas claras.

Em uma recente sessão com minha psicoterapeuta, discutimos sobre ninguém falar abertamente sobre o que esperar de um relacionamento. O que sim e o que não sabe? Me recordo de me falarem quando mais nova “se ele sente ciúmes de você é porque te ama”.

Passamos uma vida inteira associando maus hábitos ao amor. Acreditando que um relacionamento é assim mesmo. Que brigas constantes são normais e que um casal pode levar uns 5 anos pra colocar seu casamento nos eixos. Que tá tudo bem remoer assuntos do passado. Que com o passar do tempo as coisas tendem a desmoronar mesmo.

Porque é que as pessoas insistem em distorcer o amor e a união de duas pessoas?

No meu entendimento e visando o que quero pro meu futuro – entrar num relacionamento pra sofrer, pra lidar com coisas que eu não gosto, pra ser maltratada, ser desrespeitada, onde o outro não me aceita como eu sou e faz de tudo para me inserir dentro de um padrão e que não existe comunicação – não faz sentido. A conta não fecha.

A leveza é sobre o dia a dia, as escolhas, as conversas. É sobre não se sentir sobrecarregado ou sugado. Sobre não suportar cargas que não são nossas, mas que são constantemente despejadas nas nossas costas.

O Relacionamento exige esforço – mas esforço com as coisas certas. Em zelar pelo outro. Em sermos firmes ao nosso propósito. Em nutrir aquilo ali. E não em amar. Se precisamos nos esforçar horrores para amar a outra pessoa e para lidar com tudo que ela traz consigo – existe alguma coisa muito errada.

Amar a pessoa que escolhemos para estar ao nosso lado, deveria ser uma das coisas mais simples de se fazer. Amor precisa ser algo leve – algo que remete à paz.

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Imagem de capa autoral de Flora Westbrook,  retirada do banco de imagens gratuito e público Pexels. Disponível no link.

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