Vida

A falta da autenticidade

Você já parou pra fazer uma análise crítica sobre os conteúdos que está consumindo e o que têm acontecido no mundo ultimamente? Esse texto não está aqui para fazer juízo de valor, mas sim, para propor uma reflexão sobre o que aconteceu com a autenticidade – com as nossas identidades.

Pode até parecer fácil inserir a nossa identidade nos nossos projetos e criar algo que nasça a partir de uma inspiração – e não, a partir de uma cópia. É comum associarmos bens e serviços que possuem um maior valor agregado com o que é autêntico, afinal de contas – escolher por esse caminho – costuma dar trabalho. Ser autêntico tem o seu valor…mas também tem o seu preço.

Verdade seja dita: numa era onde tudo que é uma trend fica famoso, é difícil não se deixar levar pela tentação e simplesmente reproduzir o que todo mundo tá fazendo.

No final do ano passado, fiz algumas pesquisas em busca de inspirações de conteúdos para o blog e para as minhas páginas nas redes sociais, onde pude perceber um certo padrão: vídeos com exatamente os mesmos conteúdos. O mesmo roteiro e o mesmo áudio, utilizando – por vezes, as mesmas imagens.

Esse grupo ainda cresce muito quando analisamos que aquelas fotos com as famosas poses de blogueiras, começaram a invadir o mundo real – e pessoas normais (entenda isso como: pessoas que não trabalham com a internet), movem mundos e fundos para reproduzir cliques perfeitos.

A internet como um todo prega que – para o seu perfil ser legal (agradável aos olhos), suas fotos e conteúdos precisam seguir uma determinada linha. Tutoriais ensinando como tirar fotos de casal ou a melhor forma de segurar uma taça para seu registro ficar incrível – bombam visualizações e compartilhamentos. 

Sinceramente – parece que as pessoas só estão esperando seus perfis serem descobertos para que elas se tornem famosos. Como se a fama por fama, nos transformasse em milionários da noite pro dia.

O consumo totalmente desenfreado e não pensado (as horas e mais horas no scroll automático do celular) faz com que os influencers apenas produzam mais e mais conteúdos desse segmento, afinal de contas, ter um feed perfeito cheio de dicas e inspirações, faz com que você vire praticamente um Deus no universo online.

De vez em quando, antes de nos deixarmos levar por dicas e como fazer determinadas coisas, vale nos perguntarmos o quanto daquilo que estamos enxergando e – que aquela pessoa tanto prega nos seus conteúdos, é real. Porque, de fato, tudo pode parecer muito bonito, simples, prático e até mesmo óbvio – mas quanto daquele conteúdo, faz parte do cotidiano de quem o está produzindo.

A propaganda digital, o comércio online, a atualização do público conforme as novas funcionalidades das plataformas e o crescimento dos usuários e empresas nas redes, contribuíram significativamente para que a produção de conteúdo começasse a ser vista como uma maneira extremamente rentável de ganhar dinheiro na internet e – até mesmo, viver disso.

Eu adoro acompanhar certos perfis nas redes, mas confesso que, nos últimos meses, enxuguei consideravelmente as páginas que eu estava seguindo. Juro que não é nada pessoal e que não, não está relacionado ao “fulano não merece o meu follow” – por favor, isso é coisa de adolescente. Minha maior motivação para repensar o que eu estava acompanhando, está totalmente conectado ao que eu quero ou não absorver.

Prezo por conteúdos mais próximos da realidade. Onde os recortes não sejam tão milimetricamente calculados e que as influências não sejam exclusivamente pelo dinheiro – onde o influenciador estipule limites de acordo com seu público, seu nicho e principalmente, com os seus valores. Sei que esse comportamento tende a ser uma exceção e não a regra – mas é isso que torna o que alguém entrega, autêntico. É assim que enxergamos a identidade daquela pessoa e o quanto da sua essência existe dentro dos seus projetos.

Eu adoro as redes sociais e acredito fielmente que elas são sim, uma maneira de estarmos um pouquinho mais presentes na vida uns dos outros – mesmo que virtualmente.. mas, honestamente eu não quero me privar de viver o momento. Não quero me sentir na obrigação de ter fotos lindíssimas ou um feed super planejado. Quero poder explorar a capacidade de criar os meus conteúdos para o blog – estejam eles em alta ou não (mesmo que – criar conteúdos sobre assuntos que estão em alta, traga uma determinada visibilidade). Quero usar o meu processo criativo para desenvolver as coisas que se encaixam no que eu gostaria de entregar àqueles que me acompanham e que por alguma razão, gostam dos meus textos e das reflexões que compartilho.

Parágrafo extra: quero aproveitar o momento para deixar um agradecimento público aos perfis que sigo e que me mostram diariamente através do conteúdo que escolho consumir que, é possível sim estar nas redes e ser autêntico. Trazer o nosso olhar para o mundo, sem grandes máscaras, sem grandes recortes super idealizados e sem pressões em estar dentro do padrão – dentro do esperado. Fica o convite para que vocês sigam e também acompanhem suas páginas: @fernandawitytzk e @feneute.

Também gostaria de te convidar para seguir as minhas redes. Muitas vezes é complicado colocar a cabeça pra pensar e construir algo do zero. O mundo das trends virais tenta nos engolir masss – muitas vezes sai algo muito legal (pelo menos eu acho muito legal hahahaha) e que fica com a minha carinha <3 – @ahelenameyer_

Imagem autoral de Ben Weber, retirada do link – disponível no banco de imagens público e gratuito Unsplash.

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