Vida

Valores

Sempre soube quais eram as coisas que eu gostava e quais eram as coisas que eu não gostava. Eu sabia quais atitudes, minhas e daqueles que estavam à minha volta, me incomodavam e me tiravam do sério. Algumas delas, geravam conflitos importantes – que, na verdade, eram alertas e mereciam determinada atenção, fazendo com que me questionasse se aquilo realmente fazia sentido.

Agora pra ser franca com você, eu não dava muita bola. Eu negligenciava. Muitas dessas coisas que não gostava meio que eram jogadas debaixo do tapete – tratava como coisas normais da vida, passava uma borracha por cima dos pontos mais problemáticos e seguia o baile.

Gosto muito de falar sobre valores porque acredito fortemente que eles determinam a nossa identidade e aquilo que somos – a nossa essência. 

E a nossa essência, comanda para que direção a nossa vida vai, ou não.

Se você acompanha o que escrevo aqui no blog, sabe que faz pouco tempo que, de fato, descobri quais são os meus valores e que passei a viver de acordo com eles.

Quando sabemos o que valorizamos de verdade, a nossa vida se torna um pouco menos complicada.

De uma forma bem prática e resumida, podemos dizer que: valores são o quão importante consideramos determinadas ações e hábitos.

Eles compõem características extremamente fortes da nossa personalidade e são princípios individuais que nos ajudam a decidir o que é certo, o que é errado, e como devemos agir ou não em determinadas situações.

Os valores afetam o nosso comportamento ético e podem ser vistos como a base de nossas atividades intencionais. Eles são uma extensão de nós mesmos e interferem na forma como tomamos certas decisões.

A partir do momento que nós nos conhecemos – de verdade, sabemos quais são os nossos valores e levamos a nossa vida de acordo com eles – conseguimos escolher sem culpa. Porque mesmo que determinada decisão pareça difícil – fazemos aquilo que precisa ser feito.

Eu não to aqui pra fazer juízo de valor de ninguém. Os valores são escolhas totalmente particulares onde cada um precisa saber o tipo de vida que gostaria de ter, o que é importante e o que faz sentido para si. Além disso, não é porque valorizamos uma determinada coisa que deixamos outra totalmente de lado. Podemos classificar os valores de acordo com a sua importância para nós e o quão negociáveis eles podem ser durante a vida.

Aqueles valores que fazem muito sentido, gostamos de segui-los, mas que com o passar do tempo podemos tomar alguma decisão que entre em conflito com eles e essa decisão não venha acompanhada de sofrimento, são aqueles valores que são importantes para nós, mas que são tranquilamente negociáveis.

Eu, por exemplo, valorizo a beleza. Gosto de me sentir bonita. Mas valorizo muito mais o conforto. Isso quer dizer que, se eu precisar escolher entre estar bonita ou estar confortável – o estar confortável vai se sobressair. Sem muito stress ou peso na consciência. Eu posso colocar a beleza de lado e me sinto tranquila com essa decisão.

A beleza também entra em conflito com um valor inegociável meu, que é a saúde. Eu jamais, de forma consciente, faria algo em prol da minha beleza que comprometa a minha saúde.

Esses valores que não dão brecha para irmos contra ou que não existe a menor possibilidade de agirmos de forma com que eles sejam descumpridos – são os nossos valores inegociáveis.

É difícil definir quais são os nossos valores inegociáveis porque muitas vezes não entendemos o real significado da palavra inegociável.

O inegociável é extremamente importante. É aquele valor que está praticamente preso a nossa identidade.

É importante lembrar que os nossos valores podem e vão mudar de acordo com os anos, com o que estivermos vivendo e com as nossas necessidades – mas aqueles que são inegociáveis são aqueles totalmente interligados à nossa essência: às coisas que aprendemos, àquilo que faz total sentido para nós  e à quem somos.

Além da saúde, outro valor inegociável meu é a conexão.

Antes de descobrir quais eram os meus valores eu literalmente vivia por viver. Sabe quando você só vai seguindo o fluxo sem pensar muito sobre os porquês de determinadas escolhas – e os dias vão simplesmente passando – eles voam e você não sabe o que está fazendo? Era assim.

A conexão pra mim, é: estar genuinamente onde estou. Precisa fazer sentido. O relacionamento, o emprego, as amizades, os hábitos, a família. É saber, com total clareza, porque estou fazendo determinada coisa e, porque certas pessoas e hábitos estão na minha vida – onde isso se encaixa e, porque se encaixa tão bem.

Pra mim, é nítido que tudo aquilo que está ao meu redor, mas que não existe mais uma conexão – não pode sugar o meu tempo e a minha energia, porque nesse cenário eu estaria deixando de cuidar das conexões que são reais, daquelas pessoas, atividades e hábitos que fazem sentido e que são importantes pra mim – que é onde eu preciso investir meu tempo e minha energia.

As pessoas que valorizam a conexão geralmente são aquelas que avaliam muito determinados convites e companhias – como e onde gastam o seu tempo. Afinal de contas, toda vez que falamos sim para alguma coisa, estamos falando não para outra.

Muitas vezes, definir o que é valor e o que é inegociável para nós, faz com que apareça uma certa angústia porque percebemos algo inevitável: não dá para ter e priorizar tudo e todos – de alguma coisa, vamos ter que abrir mão.

Mas a bomba vem agora: dentro dos nossos próprios valores, precisamos renunciar a algo.

É saber priorizar e entender quais são as nossas necessidades e o que precisa ser feito, de acordo com o momento que vivemos. Mas acima disso – é o se conhecer – que faz com que tenhamos uma vida mais tranquila, baseada no que valorizamos.

Você sabe quais são os seus valores? Me conta aqui nos comentários!! Ahh.. se você gostou do texto, que tal compartilhar ele com alguém que também pode gostar?! 🙂 

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *