Hábitos que perdi ao me tornar minimalista
Na minha época pré minimalista, eu não fazia compras desenfreadamente e nunca me afundei em dívidas. Se você já leu meus outros textos sobre o assunto, sabe que essas são duas características as quais me orgulha muito, ter em minha personalidade.
Mas mesmo não estourando o limite do meu cartão de crédito, eu cultivava um conjunto de hábitos que foram extremamente difíceis de serem eliminados da minha vida. Conforme eu fui modificando a minha visão sobre o ter e o comprar, esses hábitos começaram a perder drasticamente o sentido, porque todos eles iam extremamente contra o objetivo que eu estava buscando.
Comprar só porque a loja está em promoção.
Geralmente em toda mudança de estação (por volta dos meses de Março e Setembro) as lojas anunciam grandes descontos. Liquidação a “preço de banana”, 70% off, queima de estoque e até condições super facilitadas pra comprar peças selecionadas. Eu não só comprava horrores nessas épocas, como fazia questão de sair de casa pra dar uma olhadinha, porque sabia que a loja estava em promoção.
Não tenho nada contra comprar roupa com um bom desconto. E a verdade, é que eu amo uma promoção, e por isso, que foi tão trabalhoso desconstruir esse hábito.
Quando chegava o mês de Março, geralmente eu precisava de coisas de meia estação e de frio, ou seja, roupas mais fechadas e quentinhas. Só que elas dificilmente entravam nessas promoções. E se você parar para observar, a própria exposição das roupas é focada nas peças que estão saindo de linha e que precisam ser eliminadas do estoque a todo custo. Então eu comprava regata, shorts, peças avulsas de biquini, camisetinhas de manga curta.. e por aí vai.
Eu precisava de uma coisa e comprava outra, só porque ela estava mais barata.
Na maioria das vezes, eu fazia essa compra e deixava todas as peças dentro da própria sacola da loja, escondidas lá no meu guarda roupa até a época da primavera.. que era mais ou menos quando eu começava a conseguir usar uma coisa ou outra mais “fresquinha”.
Eu gastava muito com peças que ficavam meses paradas, e muitas delas nunca eram usadas, porque além de tudo, pelo menos 50% dos itens comprados em promoção não tinham absolutamente nada a ver comigo, e não investia em peças que eu realmente precisava naquele momento.
Ainda não falei sobre esse assunto aqui, mas minha intenção é trazer pro blog algum conteúdo sobre o significado de valor e como o consumismo e o status, nos faz esquecer dele.
Durante muito tempo, pra mim, gastar 150 reais e comprar 6 peças aleatórias que eu não precisava agregava muito mais valor do que gastar os mesmos 150 e comprar uma única peça que realmente era essencial naquele momento, e esse hábito, fez com que durante muitos anos, eu gastasse uma quantia absurda em compras que não faziam sentido e tinham pouquíssimo valor.
Comprar mais do mesmo.
Eu tenho um estilo extremamente básico e gosto de alinhar isso a conforto e praticidade na hora de me vestir. Por conta disso nunca fui muito ousada nas minhas compras e sempre optei por coisas que eu sei que funcionam bem.
Só que, por entender quais peças funcionam e que eu gosto, por diversas vezes, me peguei comprando roupas exatamente iguais às do meu armário. Itens que acabavam praticamente se repetindo, e eu só percebia na hora de usá-los.
Não só parecia, como eu tinha muita coisa, e ao mesmo tempo sentia que não tinha nada, porque era tudo igual.
Comprar maquiagens descontroladamente.
Nesse ponto gosto de frisar, que eu não tenho a “obrigação” de estar maquiada para trabalhar e eu não uso quilos de maquiagem todo dia. Eu gosto de maquiagem, mas não gosto tanto assim. Sacou ? No dia a dia uso pra ter um ar de saúde, pra disfarçar um pouco das olheiras ou pra me sentir bem comigo mesma, mas não é uma regra e sinceramente acho que não deveria ser pra ninguém.
Eu vivia comprando itens que não eram usados. Tinha inúmeros batons de cores que eu não gostava, bases que ficavam mais escuras ou mais claras que meu tom de pele, paletas de sombras super brilhosas as quais eu não fazia ideia como esfumar ou em que momento usar. Em resumo, muitos desses produtos eram comprados por impulso. Porque uma amiga tinha e indicou, porque era lançamento da marca, porque estava na promoção.
É ótimo ter a possibilidade da escolha – ou a famosa variedade. Só que o problema, era que eu comprava mais produto do que eu usava, ou seja, não conseguia dar vazão pra tudo aquilo.
Os produtos venciam e muitos nem na metade da embalagem chegavam.
Quando comecei meu processo do minimalismo percebi que, pra minha realidade e pro meu gosto por maquiagens, não tinha sentido nenhum fazer uma coleção de itens. Então hoje, só faço uma compra quando ela é extremamente necessária. Consegui reduzir minha bolsinha de makes a um item de cada produto = uma base, um pó, uma paleta de sombras, um batom nude, um batom vermelho, não ter pincéis repetidos, etc..
Pra mim a aquisição de um produto de beleza precisa ter sentido, e esse ter sentido, muitas vezes coloca frente a frente as diferenças entre o precisar e o querer.
Compras que não conversam com a minha personalidade.
Um batom vermelho cintilante, um sapato com um salto fino e altíssimo rosa pink e uma saia preta de plástico (O plástico é floreio meu. A saia era de um tecido extremamente sintético e barulhento que lembrava uma sacola de supermercado amassada) são exemplos claros, e provavelmente os mais chamativos dessa época. Mas claro, eu tenho (e provavelmente você também tem) uma lista de compras que fiz que foram extremamente desconectas com quem eu era. Comprei porque achei que ia usar.
Comprei porque estava na moda. Confesso.
É claro que nós precisamos de espaço para experimentar e errar. Se não experimentamos, não temos como saber muito bem o que gostamos.
Mas tem coisas que a gente já sabe que não ficam legais, que não vamos ter oportunidade de usar e que não combinam com nada do nosso guarda roupa.
O batom, que usei uma única vez e a saia, que nunca tirei a etiqueta, foram comprados em promoções tipo as que falei no começo do texto. O sapato foi adquirido para uma ocasião especial, a qual acabei não comparecendo. Tive a oportunidade de usar ele depois e adivinhe só, quase morri de dor no pé porque ele era extremamente desconfortável e o final dessa história você já deve conhecer.
Esses quatro hábitos que foram citados, eram enraizados no meu dia a dia. Era algo normal e lógico de se fazer (como pode ser para inúmeras pessoas). Você conhece alguém que tem essas características ? Já pensou em ressignificar as suas compras ? Acha que gasta muito dinheiro com coisas que não precisa / não usa ?
Deixa um comentário aqui embaixo me contando a sua história! Vou adorar saber mais sobre você e discutir sobre o assunto 🙂