Sobre ressignificar
Não sei o seu, mas o meu 2021 foi uma bagunça. Acho que daria pra escrever praticamente um livro inteiro só sobre o que aconteceu nesses últimos meses.
Aquele clichê do “meu eu de um ano atrás jamais imaginaria estar passando por isso hoje” – nunca foi tão real.
Viver tanta coisa em um curto período, me fez refletir o quão ciente estamos das oportunidades e mudanças que nos são apresentadas diariamente e se estamos nos preparando para isso. O quão receptivos estamos a elas.
Os acontecimentos deste ano abriram meus olhos para muitas coisas.
Pude entender que às vezes ficamos cegos perto de certas companhias. Aqueles que chegaram antes, nos conhecem como ninguém e sabem quando existe algo errado. Num cenário desses, é importante escutar com atenção o que quem nos ama tem a dizer e principalmente, estar aberto a isso e entender que esses puxões de orelha não são pro nosso mal. Nunca.
Aproveitando que estou falando sobre quem nos ama. Às vezes temos um conceito meio deturpado do que é amor. Te falo isso com propriedade, porque durante um tempo vivi o amor baseado nesse conceito (olha aí outra parte da vida a qual tenho conteúdo pra pelo menos mais um livro). Aqueles que nos amam de verdade tem o costume de nos alertar sobre isso. Não ignore.
Foi escolhendo não ignorar esses avisos sutis e sinais que a vida me dava, que me libertei de um relacionamento caótico e tóxico, que a longo prazo, acabaria com tudo que sou.
Não cabe a ninguém falar como deveríamos ser ou o que deveríamos fazer, ainda mais em prol do seu próprio ego e das suas próprias inseguranças.
Inseguranças tratamos com terapia, e não as despejando em cima dos outros.
No meio disso tudo, tive amigos que pensaram que enlouqueci e que fingiram me entender.
Sou fã de amizades a longo prazo, desde que elas façam sentido. Nesse caso, não faziam mais. E, num cenário em que percebo estar cercada de pessoas que não dão a mínima, prefiro não perder meu tempo – que é um recurso limitadíssimo – e falar que meu conceito de limites foi pro saco e que enlouqueci mesmo.
Os últimos meses me deram provas concretas que se eu não acreditar no meu potencial como profissional, ninguém vai. Acreditar nas minhas competências técnicas e comportamentais e seguir fazendo a minha parte, fará com que eu seja muito reconhecida. Mais do que já fui.
Aprendi que só eu posso tirar meus sonhos do papel e começar a construir algo sólido a partir deles – e que sim, consigo fazer o que quiser. Meus sonhos e vontades são enormes e eu preciso começar por algum lugar.
A verdade é que todo mundo começa de algum lugar e geralmente nesse lugar não existe nada. Esse nada só vira alguma coisa quando temos constância e propósito naquilo que fazemos. É sobre o quanto corremos de verdade dia após dia atrás do que queremos, sem esquecer dos motivos que nos fizeram dar a cara a tapa.
Tudo que tem valor na vida é construído através de pequenos passos, e começar já é um ótimo pequeno passo. Fico feliz em poder te falar que comecei.
O ano que passou foi uma oportunidade de ouro para que eu pudesse ressignificar muita coisa.
Me reconectei com pessoas muito queridas. Pude, agora como adulta, conhecer meus pais e ter uma perspectiva um pouco diferente sobre tudo que vivemos. Finalmente entendi a importância de saber quais são os meus valores e o porque devo segui-los à risca. Conheci alguém que me mostrou que amor de verdade não quer saber o que somos por fora – porque o que importa mesmo, é o que temos dentro de nós.
Entendi que me colocar em primeiro lugar nunca vai ser errado e que preciso me posicionar sobre minhas vontades – porque se eu não tomar as rédeas, alguém se sentirá no direito (mesmo não estando) e fará isso por mim.
Em vez de enxergar tudo pelo lado do caos – porque algumas coisas realmente me destruíram, sou mais favorável a olhar o lado da luz. Esse lado me mostrou que eu podia e que eu conseguiria mudar a direção do meu caminho de uma forma que nem da pra acreditar.
O processo de ressignificar alguns episódios da minha história, foi essencial.
Na hora eu não entendi muitas das coisas que me aconteceram.
Agora eu entendo.
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