Indicações

O que saber antes de ir para Porto de Galinhas.

Recentemente fiz uma viagem a Porto de Galinhas, uma praia localizada no nordeste brasileiro a aproximadamente 70 Km de Recife, capital de Pernambuco. O passeio foi idealizado com antecedência, e uma das primeiras coisas que eu queria falar sobre ele é: valeu cada centavo investido.

A gente tem mania de enxergar algumas despesas apenas como gasto e nos esquecemos de vê-las como uma oportunidade de conhecer uma nova cultura e outros costumes, de vivenciar experiências que serão possivelmente únicas.

Tenho na minha personalidade uma característica muito forte de planejamento – que já foi uma neura enorme no passado e que estou trabalhando de forma cada vez mais bem sucedida para melhorar – me preocupo em saber como serão as coisas, então quando eu tava organizando a viagem e escolhendo o destino, fiz várias pesquisas em blogs, vídeos no youtube, páginas do instagram de alguns blogueiros, troquei uma ideia com conhecidos que já haviam visitado os locais – de forma que eu tivesse um compilado de informações práticas e úteis.

Mesmo pesquisando e estando minimamente informada, existiram várias pontas soltas que eu não conhecia (sabe aquelas coisas que a gente não fica muito ligado?). É por isso que decidi escrever esse texto, como (mais) uma forma de ajudar/ orientar pessoas – amigos – conhecidos – simpatizantes do meu blog – que pensam em Porto de Galinhas como o seu destino de férias.

Espero que as informações que vou compartilhar nos tópicos abaixo te ajudem e deem uma luz para os seus planos (:

Orçamento

Sei que dinheiro é um tema polêmico e que ninguém gosta de falar abertamente sobre – mas não dá pra pensar em férias sem pensar nele.

Discuta sobre o orçamento com as pessoas que farão essa viagem com você. Quais são as expectativas de cada um, se passeios e idas a restaurantes serão possíveis. Fale se você quer comer lagosta todo dia ou se gostaria de se hospedar em um lugar que dê para cozinhar algumas refeições. Você é aquele tipo de turista que gosta de levar lembrancinhas locais?! Ótimo! Quanto você quer investir nisso?

Organize suas contas. Planeje. Use seu cartão de crédito com sabedoria (importante).

Não comprometa um dinheiro que não pode ser comprometido só para ir na onda das pessoas que estão com você naquele momento e podem gastar horrores. Lembre-se: o combinado não sai caro.

Deslocamento do aeroporto até Porto de Galinhas

Confesso que um tempo antes de viajar eu estava super preocupada com esse deslocamento – até cogitei reservar um transfer previamente por medo de não encontrar transporte disponível.

A verdade é que quando você sai pelo portão de desembarque do aeroporto, o que mais tem é gente oferecendo serviço de transporte para Porto de Galinhas, Maragogi e outras localidades próximas. O assédio é tão grande que você caminha e os prestadores desses serviços vão atrás de você (meio que entrando na sua mente e fazendo de tudo para que você feche o transfer com eles).

Além do Uber, 99 e das empresas que fazem o transfer, também existe a possibilidade de alugar um carro para fazer o trecho ou de chamar um táxi.

*Importante: se atente aos dias e horários de chegada e saída do seu voo. Se eles forem de madrugada ou à noite, minha sugestão é agendar um transfer com antecedência. Apesar dos preços dos carros por aplicativo serem mais convidativos, muitos motoristas saem de Recife para fazer as viagens e recusam corridas em determinados horários.

Onde ficar

Aqui tudo depende de quais são os seus planos pro rolê. Eu indico fortemente que você escolha uma opção de hospedagem próximo ao centrinho de Porto de Galinhas (onde ficam os restaurantes e lojinhas) e pertinho da praia.

Ainda é importante considerar que se você escolher um hotel, provavelmente terá que fazer as refeições principais (almoço e jantar) fora de casa. Se você quiser ter a possibilidade de cozinhar, indico dar uma olhadinha pelo site do Airbnb e Booking, que possuem ótimas opções de flats equipados com os itens básicos de cozinha.

Outro ponto aqui é: segurança. O local é extremamente turístico – ou seja, todo mundo sabe que você é um turista – não tem como disfarçar. Apesar disso, me senti muito segura para passear a noite – tanto sozinha, como acompanhada.

Quando ir

Existem alguns períodos específicos que o mar fica com aquela cor azul paradisíaca do caribe. Sim, ele não tem aquela cor o tempo inteiro, e o mais interessante é que o mar que você viu às 10 da manhã já não é o mesmo ao meio dia – ele muda praticamente a cada hora. (ative o modo turista curioso e observador).

Para presenciar aquele visual de água super cristalina é importante que a maré esteja baixa. Para saber quando isso vai acontecer, deixo como sugestão o site Tábua de Marés – ele tem diversas e detalhadas explicações sobre a previsão do tempo.

Nos meses de setembro a abril é considerado verão/ alta temporada lá. Apesar de eu ter ido em agosto (fora de temporada), a estadia foi ótima. As temperaturas variaram entre 22ºC e 28ºC (o que fez a alegria da sulista aqui), a água do mar estava quentinha e tanto a cidade como a praia não estavam muito cheias.

A praia

Não sei com qual dinâmica de praia você está acostumado, mas em muitas praias de Santa Catarina, caso o seu hotel não o disponibilize, temos a possibilidade de alugar na areia, cadeiras e guarda-sóis. Geralmente chegamos na praia, procuramos uma barraquinha de aluguel e pagamos o valor cobrado por uma diária (independente do tempo utilizado).

Em Porto de Galinhas, a beira-mar é lotada com cadeiras e guarda-sóis montados previamente pelos próprios restaurantes, bares e quiosques. Você pode sentar onde preferir, mas os estabelecimentos exigem que você peça um petisco (camarão, carne ou peixe – aqui não vale só tomar uma aguinha de coco) e em troca você pode utilizar as cadeiras e guarda-sóis pelo tempo que quiser ficar na praia. Se por acaso você não quiser comer, é cobrado um valor pelo uso/ aluguel da cadeira e do guarda-sol.

Pra te falar a verdade, dependendo da sua fome, compensa escolher um petisco. Se você fizer a conta, os valores cobrados pelo aluguel do espaço fazem com que “valha a pena” optar pela refeição beira-mar.

Claro, existem vários vendedores ambulantes passando com milho, queijo coalho, água de coco e até camarão cozido (o qual não recomendo). Você também tem a opção de levar um sanduíche ou uma fruta para tapear a fome. Não tem problema nenhum alugar a cadeira do restaurante e tirar da bolsa uma marmita e nem levar as suas próprias bebidas.

Assédio dos vendedores

Acho que a expressão que mais utilizei no período que estive lá foi: “não, obrigada”. A quantidade de pessoas oferecendo um produto ou serviço – o tempo inteiro – é simplesmente surreal, e se você dá um pouquinho de abertura, os vendedores não arredam o pé até você comprar algo.

As coisas em si não são caras – mas vão tentar te vender (tanto na beira da praia como no centrinho) passeios, pintura em quadro, castanha, cocada, foto turística segurando um guarda-chuva (aqueles de frevo) e tudo que você puder imaginar.

O ponto aqui é – se você parar pra dar atenção e escutar com qualidade todo mundo que for tentar te oferecer alguma coisa – vai passar o dia em função disso – e no dia seguinte, vão te oferecer as mesmas coisas de novo e de novo e de novo. Seja educado, sorria e acene.

Passeios

Dentro do meu orçamento, cabia escolher um passeio. Optei por conhecer a Praia dos Carneiros, famosa pelos milhares de coqueiros na sua orla e lógico, pela Capela de São Benedito.

O investimento foi de R$ 140 por adulto (não sei informar o preço para crianças). Nesse valor estava incluso a ida e volta de van para Carneiros (as empresas buscam e deixam na porta do hotel), a entrada para o restaurante Bora Bora (chamado de receptivo, é um restaurante na beira da praia que disponibiliza almoço e bebidas, além de banheiros limpos e duchas de água doce), e o passeio de catamarã com três paradas: banco de areia (que foi minha parte preferida), banho de argila e Capela de São Benedito.

Sinceramente esse foi um dos pontos mais altos da viagem, recomendo de olhos fechados. Além da praia ser lindíssima, tive a oportunidade de pegar ela com a maré baixa e, devido à barreira de corais que a mesma possui, houve a formação de uma piscina natural que deixou a água transparente e o cenário de tirar o fôlego.

Além dessa, existem diversas opções de entretenimento. Os pacotes mais oferecidos são: Maragogi; Passeio de Bug (opção para 2 e 4 pessoas – aqui os preços variam de acordo com a duração do passeio); Mergulho com cilindro; Ilha de Santo Aleixo e Passeio nas piscinas naturais de Porto de Galinhas.

Os vendedores tentam te empurrar os passeios para você comprar – principalmente se você estiver em um grupo grande – e mesmo que o dia não esteja tão favorável para determinado passeio, eles farão de tudo para vender. A dica aqui é, não feche com o primeiro que te abordar. São inúmeras opções de empresas oferecendo esses serviços – e se você insistir, dá pra negociar o valor.

Pesquise os preços, procure saber mais sobre os lugares, entenda se passeio X faz sentido (a tábua das marés influencia muito na qualidade e aproveitamento de certos passeios), peça informações sobre – pergunte – tire suas dúvidas – encha o saco dos vendedores – saiba onde você está se metendo (tipo se vai ter banheiro), o que você está comprando e o que terá direito de usufruir.

Busque por informações/ avaliações de pessoas que já adquiriram algo com essas empresas.

Você não precisa colocar o pé em Porto de Galinhas e 5 minutos depois ter um passeio comprado.

Calma.

Outro ponto super importante (e óbvio) é: passear cansa muito. Então se por acaso você estiver com planos e orçamento para fazer mais de um passeio, minha sugestão é: não marque 2 ou 3 dias seguidos de rolês paradisíacos. Primeiro: porque no final deles você estará esgotado. Segundo: o cansaço do dia anterior, faz com que você não aproveite direito o dia atual – e não aproveitar o passeio, significa jogar dinheiro fora.

Restaurantes/ opções de comida

Acho que uma das maiores preocupações que nós temos quando vamos a um lugar diferente, é relacionada ao preço da comida. É fato que existem restaurantes que, por estarem localizados em regiões extremamente turísticas, têm uma certa tendência a abusar nos preços cobrados e muitos deles tem fama de não entregarem o famoso custo benefício.

Sinceramente me surpreendi muito com o que encontrei. Pude vivenciar, por preços extremamente justos, uma experiência gastronômica muito diferente do que estou acostumada aqui no sul.

Fui a dois restaurantes diferentes. O Barraca – Cozinha Brasileira e o Barcaxeira. Os dois oferecem opções de petiscos, pratos individuais e pratos para compartilhar – além de drinks e sobremesas. Eles disponibilizam nas suas páginas do google maps e instagram os cardápios atualizados com os valores de cada prato (informações ótimas para um planejamento).

Observação: os pratos individuais têm muita comida, então é super possível ser dividido entre duas pessoas. O mesmo vale para os pratos para compartilhar – eles servem tranquilamente 3 pessoas.

Se você quer experimentar comidas diferentes, mas tem medo do valor da conta, minha dica é: os preços dos pratos, no geral, são bem justos… a menos que você não abra mão e seja um grande apreciador dos bons drinks, priorize comer e tente deixar a bebida alcoólica de lado nas idas a restaurantes – ela é responsável por tornar o valor total mais salgado.

Caso você não queira gastar tanto dinheiro em uma refeição, existem algumas cafeterias que tem cuscuz, tapiocas, omeletes, açaís e sanduíches por alguns valores bem legais. O Café da Moeda e o Sabor da Casa são as minhas indicações. Ambos ficam na região central e possuem excelentes avaliações.

Além disso, se você é fã – aproveite para se esbaldar tomando água de coco. Os valores são muito em conta quando comparados ao das praias em Santa Catarina.

Lembrancinhas

Eu sou a rainha das lembrancinhas. Simplesmente adoro presentear pessoas próximas e especiais com coisinhas dos lugares que conheço. Além disso, gosto de ter coisas desses lugares – gosto das recordações que os objetos me proporcionam (não é por acaso que minha mala de volta quase não fechou).

A dica aqui é: não compre na primeira lojinha que você entrar. Lembre-se que é um lugar turístico, então praticamente todos os estabelecimentos têm os mesmos itens – os mesmos imãs de geladeira, panos de prato, objetos de decoração e etc.. o que difere uma loja da outra são os preços. Detalhe: quanto mais longe da praia (mais pra dentro do centrinho, melhores são os preços – mais baratas as coisas são).

Eu mesma comprei presentes que em uma loja custavam determinado valor e em uma segunda loja custavam três vezes esse valor. Por isso.. seja um turista explorador e passeie. Entre nas lojas. Pesquise os preços. Não tenha preguiça.

Essa paciência e disposição na hora de comprar alguma coisa, pode significar economia de dinheiro. Às vezes significa a economia de muito dinheiro.

Acho que depois dessa (longa) leitura, você conseguiu entender que eu sou uma grande entusiasta do planejamento e organização financeira.

É estando ciente (de verdade) do quanto eu ganho e das coisas que quero fazer a curto, médio e longo prazo – que sei quanto posso gastar/ investir em certas coisas.

Então.. antes de ir a qualquer lugar – use esse inferno de internet ao seu favor e pesquise sobre o mesmo. Para o nosso conforto, a maior parte dos restaurantes já entendeu (finalmente) que gostaríamos de saber o preço das refeições antes de entrar no local. Leia e considere suas avaliações e recomendações.

Abra o google maps (que ferramenta incrível) e procure os estabelecimentos comerciais da região escolhida. Gastar um tempo nisso faz com que dificilmente você seja enganado e já vá sabendo de algumas coisas.

Pesquise preços de passagens aéreas e lugares para ficar. Essas costumam ser as despesas mais altas das viagens, então… vasculhe se, nos mil e-mails não lidos da sua caixa de entrada, por acaso, não existe uma promoção perdida. Use o instagram de uma forma inteligente e siga blogueiros (ou só vá pegar o cupom de desconto deles mesmo) que tem parcerias com sites de hospedagem e companhias aéreas.

Liste as pessoas que você gostaria de presentear e os possíveis presentes que estão dentro do seu orçamento. Fazer uma lista – apesar de parecer chato pra caralho – dá um norte e ajuda muito a evitar compras aleatórias e baratinhas (que saem caras quando somadas no final).

Planejar as coisas não precisa ser uma neura (como já foi para mim), mas ter um pouquinho de disciplina no planejar – nos permite ter foco em conquistarmos aquelas coisas que tanto queremos da vida.

Se programe e faça a viagem que você quer fazer. Viajar é tipo atividade física – a gente nunca se arrepende de ter ido.

Foi uma comparação ruim, eu sei.

Imagem de capa autoral retirada do meu acervo pessoal (finalmente posso usar essa frase que acho a cara da riqueza).

Se você conhece alguém que tem Porto de Galinhas como destino do seu próximo passeio, que tal compartilhar o link do texto com essa pessoa?! Tenho certeza que, esse conteúdo somado a outros diponíveis na internet – podem ser de grande valor. Aproveita pra me seguir no Instagram @ahelenameyer_ – lá eu transformo os textos do blog  em reflexões menores. Com esse aqui, não será diferente.  🙂 

2 comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *